Uma situação inédita na história do município está a caminho de acontecer nos próximos dias, se a situação continuar como está. Após reunião tensa com a Prefeitura e de realização de Assembleia Geral, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais aprovou indicativo de greve no final da tarde de quarta (11). Uma nova assembleia deverá ser feita na sexta (13) para definir as próximas ações. Mas de concreto, sem decisões e nem esperanças por parte do Governo Municipal. E a paciência dos funcionários públicos municipais acabou.
A reunião começou tensa. Prevista para ser realizada no Ginásio de Esportes da Escola Municipal Ginásio São Gabriel, ela foi transferida para o auditório por determinação do Procurador Jurídico Guilherme Abib, o que motivou protestos fortes dos servidores e um impasse. Após esta discussão, a audiência seguiu adiante, com a intervenção da plateia. Estavam nela, além de Abib, representando o Executivo, o Prefeito Roque Montagner, os Secretários Ricardo Gomes (Administração) e Dionísio Bérgamo (Fazenda).
O Secretário da Fazenda salientou que não há como atender as revindicações dos servidores sem aumento de arrecadação. Por sua vez, o Secretário Ricardo Gomes salientou que nesta situação, o Plano de Carreira como a categoria quer é inviável porque aumentaria a folha em mais de 900 mil, "embora seja justa a divisão por níveis e escolaridade, corrigindo a defasagem", frisou. A implantação é necessária por que atualmente, há sete níveis recebendo abaixo do salário mínimo.
Também não foi dado quando será feito o reajuste do Vale-alimentação, atualmente em R$ 220 e que os servidores querem R$ 280. O Prefeito Roque Montagner apresentou um levantamento de dados com o que é pago pelas Prefeituras da região para tentar justificar a manutenção do valor, mas que recebeu muitos protestos por parte dos servidores, que ora vaiaram ora reclamaram muito, impacientes com a falta de solução por parte do Governo.
O Governo justificou que tem feito a sua parte. A Prefeitura informou que pagou R$ 9 milhões de dívidas e economizou R$ 4 milhões, além de manter o parcelamento dos débitos do IPRESG, pagamento de precatórios. E sobrou para as gestões anteriores e até para a Câmara de Vereadores. O Procurador Jurídico, Guilherme Abib, afirmou que o município pode ser condenado a indenizar a CORSAN pelo patrimônio em R$ 29 milhões e mais R$ 20 milhões em precatórios. "Está sendo um inferno trabalhar na Prefeitura, com a situação que anda", afirmando ainda que estão "afundados", reclamou Abib, dizendo que a gestão anterior já estava sem dinheiro para pagar o funcionalismo.
Após, foi realizada a Assembleia do Sindicato, que votou o indicativo de greve para a próxima, a ser realizada na sexta-feira, a princípio no Ginásio Plácido de Castro.