O pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) requerido na última semana pelo presidente do PSC gabrielense, Luiz Cristiano Maciel Cardoso, foi tema de debate dos vereadores na sessão dessa segunda (19) na Câmara de Vereadores. Diferente da sessão de quinta, desta vez os vereadores adotaram um discurso mais cauteloso, puxado pelo vereador Vagner Aloy, Maninho (PDT).
Em seu pronunciamento, o vereador questionou a necessidade de abrir a CPI. Ele informou que seu colega, Sildo Cabreira (PDT), se deslocou até Porto Alegre para consultar o IGAM se há embasamento legal para fazer o pedido de abertura da Comissão. "É um momento extremamente delicado. Digamos que se comprove que não tenha legalidade para exercer o cargo e ele for apontado no TCE para que pague alguma multa, ele pode se negar por isso. Temos que ter calma para avaliar se é necessário abrir esta CPI", explicou.
A vereadora Sandra Xarão (PT), falou que não há qualificação para se abrir a CPI e que não é de responsabilidade da Câmara averiguar isso. Em aparte, Karen Lannes (SDD) disse que é preciso esclarecer na realidade se Roque Montagner, ao se registrar para concorrer à Prefeito, teria omitido documentações dos exames médicos que levaram à aposentadoria. "Estamos lidando com uma questão pessoal, uma briga. O que está em questão é esclarecer se ele omitiu este fato, a documentação, se faltou com a verdade perante à Justiça Eleitoral", disse.
O Presidente da Câmara, Marcos MEC (PSDB) frisou que nada está definido e que ninguém pode se precipitar. "Para se instalar uma CPI, tem de ter o requerimento de cinco vereadores e mesmo assim, passar pela Procuradoria Jurídica da casa para saber se é viável ou não. E ainda aguardamos o parecer do IGAM a respeito, onde o vereador Sildo está buscando informações". A cautela foi a palavra dos pronunciamentos.
O vereador Caio Rocha (PP), disse que é uma questão que teria que ser de competência da Justiça Eleitoral. "É um problema estritamente da Justiça Eleitoral. Se a CPI for instaurada, qualquer Mandado de Segurança pode derrubá-la, por ser uma questão pessoal. Não podemos entrar nessa, temos que ter calma", alertou. Maninho respondeu que mesmo assim, "não se pode sentar em cima desta denúncia" e que tem que ser investigado.
Sandra Xarão disse que todas as denúncias feitas por Luiz Cristiano já teriam sido investigadas pela justiça. "Estamos sendo questionados 24h por dia. Mas o que afirmamos é que tudo o que o denunciante trouxe foi investigado e apurado. Se fosse interditado por algo, não teria sido eleito Provedor dezessete anos da Santa Casa e nem Prefeito da cidade, tudo democraticamente". O vereador Maninho disse que ainda há processos a serem julgados na Justiça envolvendo a questão, mas que agora, tudo tem de ser tratado com sigilo.
"É uma questão muito pessoal, e pedimos a nossa militância que se contenha, não misture o pessoal com o político". Finalizando, o vereador Paulo Sérgio Barros, Nenê (PDT) afirmou que se não há dúvidas, este é o momento de saná-las. "Não queremos denegrir a imagem da pessoa Roque, queremos esclarecimentos do gestor público. Se não há dúvidas sobre sua conduta, vamos sanar estas", finalizou. Com isso, o momento é de cautela na Câmara de Vereadores.