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09 abril 2014

Polêmica em Bagé: no Dia do Jornalista, Diretora da TV Câmara é demitida do cargo

Bagé - Em pleno Dia do Jornalista, uma decisão polêmica revoltou a classe justo na data que deveria ser de lembranças pelas lutas. A Diretora da TV Câmara de Bagé, emissora que opera na cidade, jornalista Munique Monteiro, foi exonerada do cargo pelo presidente Uílson Morais (PMDB), em uma atitude contestada por profissionais do meio. Para piorar, o vereador justificou que "quando não havia jornalista formado, era uma das melhores fases do canal", segundo dito por ele ao Jornal Minuano. Ou seja, segundo ele, não seria "necessária formação profissional" para dirigir a TV Câmara, o que gerou ainda mais polêmicas.

A resposta se torna ainda mais contraditória porque foi justo na gestão de Munique - que assumiu a TV Câmara em janeiro de 2013, sendo a primeira jornalista diplomada a comandar o Canal do Legislativo - que a emissora passou a ter uma programação própria e variada, com programas independentes e de qualidade. A situação começou a piorar quando o convênio com a Urcamp foi rompido pela Câmara.

Em conversa com a reportagem do Caderno7, a jornalista contou que houve uma quebra do acordo feito pelo vereador com seu antecessor, Paulinho Parera (PT), de que manteria Munique no cargo pela qualificação técnica e capacitação que ela possui. "Recebi a TV, que já tinha dois anos de atividade e três coordenadores neste período, além de não ter grade de programação, e nem planejamento quanto ao conteúdo. Em um ano, conseguimos criar uma grade fixa com hora certa para nove programas. Sem contar a exibição e reprise de sessões ordinárias, extraordinárias, solenes e especiais, bem como os seminários e audiências públicas. Conseguimos montar uma boa equipe que unida, mudou a forma do Canal Legislativo. Nos programas, nossa prioridade era prestar informações úteis à comunidade, sem caráter político-partidário. Profissionalizamos a TV", afirmando que Uílson a manteria no cargo conforme acordo com o ex-presidente Paulinho Parera, do PT.

Ela lamenta que após ele ter assumido o cargo, tudo mudou, com o encerramento do convênio com a Urcamp, o que possibilitava a contratação dos profissionais. "Com o encerramento do convênio, os profissionais foram substituídos por pessoas que não possuem experiência e formação para trabalhar em TV. Com isso, a qualidade caiu muito", afirmando ainda que foram feitas promessas não-cumpridas.

"O que revolta não é a demissão, mas a forma como ele se manifestou em desrespeito a nossa categoria, alegando que não precisa ser formado para trabalhar numa TV e querendo dizer que seu melhor tempo era quando não havia ninguém formado ali dentro. Não é justo com os jornalistas no nosso dia dar este tapa na cara", sintetiza.

Munique revela ainda que desde que Morais assumiu, ela teve seus poderes de gestão reduzidos, tanto em estrutrura e autonomia. "Desde que ele assumiu, ele tirou meus poderes de coordenação, não autorizando qualquer medida sem antes ele autorizar. Dizia que íamos nos reunir para definir uma série de medidas, mas só enrolava. Nesse compasso de espera, permaneci até o momento, sem deixar que as transmissões ao vivo parassem e o telejornal deixasse de existir. Não tenho culpa da TV ter passado de nove para apenas um programa apenas, visto que fui 'podada' desde que ele assumiu", completando que foram retirados os profissionais qualificados e deixaram-na com "pessoas sem qualificação e ligadas a partidos políticos que nada tinham a me ajudar num canal de comunicação", concluiu.

Como dito anteriormente, o vereador Uílson Morais explicou ao Minuano que a saída de Munique atende uma decisão política e tentou minimizar o episódio. "Não tenho nada contra ela como profissional. Pelo contrário, sou testemunha de sua qualificação e capacidade. Mas não faz sentido mantermos o cargo de confiança do PT em uma conjuntura que podemos avaliar a saída do governo", disse. Ao dizer que faria o possível para manter a qualidade da programação, fez a afirmação fatídica para a categoria: "No início da TV Câmara, não havia jornalista formado, e aquela foi uma das melhores fases do canal. Então, acredito que vamos manter a qualidade", lascou.

As declarações do edil motivaram protestos e manifestações de repúdio no meio jornalístico bageense, assim como de estudantes de Comunicação Social. O Delegado do Sindicato dos Jornalistas em Bagé, Fernando Marinho Tólio, lamentou a atitude do Legislativo.

"O que ocorreu na TV Câmara foi no mínimo um desrespeito do Poder Legislativo com os profissionais jornalistas e com a atividade do jornalismo. A TV Câmara é uma emissora pública e que tem uma missão como veículo de comunicação. Presumir que qualquer um pode ocupar o cargo de jornalista é ter total desconhecimento dos compromissos éticos, morais, além do papel e função social da profissão. Coisas que só a Faculdade dá. O presidente da Câmara, em 2013, defendeu o diploma de jornalismo, e agora de forma incoerente nomeia para a emissora nomes com perfil político. Desconsiderando todos os fatos de ordem políticas que existem entre o Legislativo e o Executivo, não cabe aqui esta discussão, o Sindicato dos Jornalistas manifesta-se em repúdio a exoneração da jornalista Munique Monteiro e a sua substituição por pessoas que não tem qualificação para exercer a atividade jornalística na TV Câmara", divulgou em nota no Facebook.

No dia de ontem, o presidente da Câmara de Bagé anunciou que o jornalista João Batista Benfica será o novo Diretor. Ele é jornalista desde 1975, e foi diretor do extinto jornal Correio do Sul. O novo coordenador atua na Câmara desde a década de 1970. Foi assessor de imprensa da Casa, repórter e redator da TV Bagé (atual RBS TV Bagé) de 1978 a 2001. Mesmo assim, a polêmica continua na Rainha da Fronteira. Há instantes, recebemos a nota oficial do coordenador do Curso de Comunicação Social, Orlando Brasil. Confira a manifestação do profissional:

JORNALISTAS PROFISSIONAIS PEDEM RESPEITO
Orlando Carlos Brasil
Coordenador do Curso de Comunicação Social
Urcamp Bagé

Nós, abaixo assinados, jornalistas profissionais, vimos a público repudiar, de forma veemente, as declarações conclusivas prestadas ao Jornal Minuano dessa terça-feira, dia oito de abril de 2014, pelo presidente da Câmara de Vereadores de Bagé, Uilson Moraes. Ao final da matéria intitulada PMDB oferece sintoma de que pode deixar o governo, impressa na página 04 do periódico, o insigne edil afirma, no final do texto assinado pelo colunista Sidimar Rostan, que fará o possível para manter a qualidade da programação (TV Câmara). “No início da TV Câmara, não havia jornalista formado, e aquela foi uma das melhores fases do canal. Então acredito que vamos manter a qualidade”, afirma a autoridade legislativa.

Pois bem: é sobre essa afirmação que os jornalistas profissionais, formados nas instituições de ensino superior, em que estiveram, no mínimo, quatro anos de suas vidas buscando aperfeiçoamento técnico e teórico, se rebelam enfaticamente. A opinião do senhor Moraes, embasada num consentimento menor, no qual os adeptos desse princípio só o mantém com o intuito de justificar despreparo perante a opinião pública, não pode e não deve ganhar continuidade. Por várias razões, entre elas a de que pessoas despreparadas não detêm qualquer autoridade para manifestar-se neste tom, porque quando o fazem é para regozijar-se de espaços laborais que jamais deveriam ocupar, sem contar que utilizam tais argumentos com o fim de aviltar os valores salariais acordados entre os sindicatos com interesse no crescimento de uma sociedade digna,  

O senhor Uilson Morais, como terceira maior autoridade municipal, já que presidente da Câmara de Vereadores, deveria, antes de mais nada, apontar as ignorâncias técnicas e qualitativas que os “não autorizados jornalistas profissionais” cometem em suas funções diuturnas. Os jornalistas profissionais dispõem-se a sabatiná-lo, gratuitamente, sobre o grau de conhecimento e de preparo científico que ele possui para afirmar que a ausência de formados em curso superior em nada altera a grade de programação (nos seus aspectos técnicos e de conteúdo) do respectivo canal. Junta-se a isso, a parte legal, pois nenhum dos jornalistas com registro no Ministério do Trabalho, por questão ética, comete o desvio de apoiar veículos não autorizados.

Finalmente, reiteramos nossa total estupefação perante os absurdos declarados à imprensa que, nos últimos vinte anos, só tem apoiado e divulgado as atividades políticas do legislativo, sem locupletar-se com alguma vantagem pessoal, mesmo em relação aos passos mais descabidos que porventura possam ter existido. Os atos jornalísticos vêm pautando a trajetória da política com o respeito que ela merece, avocando, neste momento, a contrapartida dos atores sociais para a grandeza profissional e o respeito à democracia. 

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