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Glênio Bianchetti morreu nesta madrugada aos 86 anos (foto divulgação) |
Importante para a arte brasileira contemporânea, o artista plástico Glênio Bianchetti morreu nesta madrugada aos 86 anos, em Brasília. Natural de Bagé, Bianchetti era considerado um dos mais importantes artistas brasileiros. Ele integrou o Clube da Gravura na Rainha da Fronteira, junto de artistas como Carlos Scliar, Vasco Prado, Glauco Rodrigues e Danúbio Gonçalves, o último integrante do grupo ainda vivo.
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"Olaria II", uma das gravuras feitas por Bianchetti na época do Clube da Gravura de Bagé (foto divulgação) |
Além de gravador, pintor, ilustrador, ele era professor da Universidade de Brasília, onde estava desde 1962, quando da criação da instituição, por meio de Darcy Ribeiro. Chegou a ser demitido durante o governo militar e foi readmitido em 1988, após a abertura política. Ele colaborou ainda na criação do Museu de Arte de Brasília, além de ter participado de exposições no Brasil e no exterior. Deixa a mulher, Ailema, seis filhos e vários netos.
A trajetória de um mestre
Nascido em Bagé (RS) em 1928, Glênio Bianchetti iniciou os estudos artísticos na década de 1940 sob orientação de José Moraes. Em 1949, ingressou no Instituto de Belas Artes de Porto Alegre, onde foi aluno de Iberê Camargo. Três anos depois, fundou o Clube de Gravura de Bagé, ao lado de Glauco Rodrigues e Danúbio Gonçalves. O grupo defendia a popularização da arte por meio da abordagem de temas sociais e regionais em estilo figurativo realista com traços expressionistas.
Com os amigos Carlos Scliar e Vasco Prado, Glênio fundou o Clube de Gravura de Porto Alegre. Em 1953, dirigiu o setor gráfico da Divisão de Cultura e Educação da Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul. Nesse período, ele ilustrou obras literárias e realizou os primeiros painéis em espaços públicos. Em 1962, transferiu-se para Brasília, onde ajudou a construir a Universidade de Brasília.