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Mínimos máximos:
Niilismo da moda atinge seu apogeu
Entre vírgulas cabe uma descrição à parte do sujeito, entre vírgulas cabe o excesso de informação, entre vírgulas cabe o adjetivo. Então vamos ver por fora da vírgula. O sólido e o concreto que sustenta sem precisar de definição. Na linguagem da moda: esqueça o excesso, a decoração e se concentre na essência da modelagem, no corte e na concepção.
Ausência de cor, de contraste. Ausência de rococó. Às vezes um niilismo cortante, em outras um escudo sóbrio carregado de densa modelagem. O mínimo e o máximo. Já sabe o que é?
Minimalismo.
Na moda, no design, na arte, em todas as esferas das expressões artísticas modernas o minimalismo ingressou como precursor do novo modelo de requinte estético: o menos, que é mais. Os excessos de estampa, brilho e informação são reduzidos e um resgate ao básico repensa a essência da moda.
Assim, o que era simples torna-se complexo e, partir da busca pelo sentido da essência e através da problematização da base, cria-se um novo parâmetro de gosto e estilo. Um caminho trilhado e seguido pela tecnologia e por todos que desejam relacionar seus produtos/marcas a modernidade. “O menos é mais”, frase que descreve com precisão a essência do minimalismo.
E como manter um look minimalista interessante sem usar a monocromia? Muitas marcas, como Osklen e Maria Bonita, estão se utilizando do minimalismo na cor para acentuar a atenção à modelagem. Peças monocromáticas e assimétricas com modelagem densa e diferenciada. O valor simbólico aqui não consta na proliferação de brilhos, mas na dinâmica da peça e no investimento da modelagem.
Em muitos desfiles é possível identificar este estilo e não só em looks determinados, mas às vezes em coleções inteiras. E quando a aposta é usar o minimalismo na sua máxima concepção, em grande parte das vezes também há o paralelo da modelagem. Neste ponto, a modelagem deixa de ser simplista e esperada para surpreender com ousadia, recortes e volumes inesperados. E a grande dificuldade é revelada: como estruturar sonhos e ambições do estilista em tecido.
Mas enquanto o minimalismo ganha editoriais e passarelas, o mesmo estilo quase desaparece nas ruas. O tom monocromático ou o look clean é ainda muito pouco explorado. No Brasil, esta vertente fica ainda mais difícil de se inserir. Um cenário quente e tropical pede por estampa e adereços. O minimalismo é praticado por poucos fashionistas.
A tendência do verão 2012, o color blocking, trouxe um pouco do minimalismo para o cotidiano. As cores fortes em blocos, sem estampa, e com caimento reto, transformavam-se num milimanismo camaleônico.
O minimalismo veio para aplaudir a simplicidade estética. Não abre mão da qualidade da alfaiataria, não abre mão do estilo, mas busca na harmonia do neutro – monocromático, preto e branco – uma forma de expressão. Aos olhos nos parece moderno esta ausência de excessos, mais abdicar do adorno, da estampa para proliferar esta vertente ainda nos é difícil. Minimalismo é um estilo para poucos, mas que muitos admiram.
Nesta semana você confere os mínimos máximos do minimalismo no Instagram da Up-D: @up__news
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