Kelly Pinheiro e Caroline Zanini - Up-D
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Sapatinho de Cristal? – nunca mais!
Cinderelas modernas não esperam o príncipe: elas vão às compras!
Muita Cinderela nesse mundo já calçou o sapato errado só para ficar com um príncipe qualquer. Graças à evolução, hoje as mulheres podem sair da fila de espera e alçar novos rumos no seu salto 15. A democracia nunca foi tão grande, agora o príncipe também usa salto e às vezes encontra outro príncipe com o par perdido. Brincadeiras a parte – o fato é que o sapato transformou a sociedade, e cada vez que usamos o modelo certo nos sentimos também capazes de mudar o mundo!
A grande democracia do sapato foi a industrialização, que permitiu tornar o artigo mais acessível à população em geral. Já em 1830, a marca Plimsoll fabricava um modelo de calçado despojado, feito de solas de corda ou de couro e lona. O singelo modelo era destinado a classe trabalhadora, mas logo a tecnologia tratou de aperfeiçoar a invenção e produto simples se tornou o mais usado calçado esportivo usado nas Olimpíadas de Paris, em 1924.
O sapatinho de cristal não foi tão resistente. A Cinderela quebrou sua fantasia e entrou a fundo no universo pouco inexplorado. O salto, o cetim e o veludo deram lugar a lona e as botas de ilhós. A princesa moderna pode até ter rosto angelical, mas os pezinhos, em 1969, adotaram uma postura firme e rebelde ao usar botas de ilhós. A bota utilitária militar ganhou a popularidade na Alemanha Ocidental e logo tratou de vestir e compor os looks da individualidade e do anticonvencional.
A inovação trouxe sapatos efetivamente mais confortáveis, bonitos e extraordinários. Mas aquele sapatinho de cetim de seda da década de 20, ainda desperta um lado Cinderela. O tom romântico e a sensualidade tabelada ficaram subjugados a calçados modernos e sensuais. Às vezes a saudade do não vivido arremata nosso coração e nos faz sentir falta do princípio, quando um único par de sapatinho de cristal nos bastava.
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