Na primeira sessão do Legislativo gabrielense em 2013, que começou com calmaria, houve o debate entre situação e oposição, em alguns assuntos polêmicos. Assim começa o ano da Câmara de Vereadores, que agora tem quinze vereadores. Na verdade, apenas treze estiveram presentes - tiveram faltas justificadas os vereadores Caio Rocha (PP) e Paulo Sérgio Barros (PDT). Mas boas ideias e discussões não faltaram na primeira sessão, realizada nesta quinta-feira (14).
Todos os vereadores presentes fizeram colocações sobre seus anseios e objetivos para esta nova Legislatura. Mas em seguida, começaram as proposições e debates, principalmente dos vereadores da base de oposição ao Governo Roque, dentro de um alto nível. Os vereadores do PDT, Vagner Aloy (Maninho) e Sildo Cabreira, foram mais incisivos, ao falar das questões do pagamento do Piso Nacional do Magistério, onde vão aguardar o Executivo enviar o reajuste de 7,42% de acordo com o Piso Nacional.
A maioria dos vereadores esteve presente à primeira sessão |
A saúde foi debatida também. O Vereador Sildo fez uma visita aos postos de saúde, onde verificou a carência de técnicos de enfermagem. Ele solicitou que o Executivo agilize as nomeações do Concurso Público. André Lemes, do PT, salientou que os postos estão funcionando, apenas falta o corpo clínico ideal para seu pleno funcionamento e que questões estão sendo resolvidas. "Nós queremos ajudar o Governo, mas vamos criticar o que for errado, sim", frisou André.
Por sua vez, Cilon Lisoski (PR), líder do Governo na Câmara, destacou a atuação da Administração Municipal no interior do município. "As prioridades vem sendo atendidas, os secretários vem trabalhando bem, só queremos permanente atenção à questão do abastecimento de água e das estradas no interior", destacou. Preocupação esta compartilhada por Cacaio Lannes (Dem), com vistas ao fornecimento de água no interior do município. "As famílias necessitam cada vez mais de água, e como temos um projeto em ação, vamos pedir toda prioridade para o interior", frisou.
O principal ponto da sessão foi quando um ponto delicado foi tocado no pronunciamento de Karen Lannes (PSB): a desapropriação da Chácara Juca Tigre. "Deveríamos dar tempo, mas o Prefeito não deu tempo ao tempo ao efetuar uma desapropriação em pleno período de moratória financeira, com dificuldades", afirmando que formará com a bancada de oposição, um pedido para anular o decreto de desapropriação, que deverá ser entregue nos próximos dias.
Dentro disso, Maninho fez a crítica mais forte da sessão. "Como é que um município que diz estar sem dinheiro, faz uma desapropriação e tem dinheiro para Carnaval?", questionou. Karen, no embalo do pronunciamento, ainda lamentou a indefinição do Prefeito quanto à realizar ou não a folia. "Não sou contra o Carnaval, deixamos bem claro. O Governo chegou aí, beleza, posa para fotografias, mas desapropria sem ter dinheiro e faz dois carnavais? Isso é totalmente imoral", pontuou.
Sildo também questionou a desapropriação. "A lei, pelo que sabemos, determina uma indenização para quem tem terras desapropriadas. Pelo que foi noticiado, seriam buscados recursos na Petrobras e Fundação Banco do Brasil, o que não é certo ainda. Como vai se pagar a indenização se não há recurso?", disse.
Não foi somente polêmica na sessão. A preocupação com a segurança de espaços públicos, motivada pela tragédia de Santa Maria, norteou também as sugestões dos parlamentares. O vereador André, do PT, sugeriu a formação de uma Comissão de Segurança Pública para acompanhar as adequações nos espaços, prédios públicos, comerciais e locais públicos. Maninho, por sua vez, vai sugerir à Secretaria de Educação que possa readequar os prédios mais antigos e de dois pisos, como é o caso das Escolas Ginásio São Gabriel e Carlota Vieira. "Estes prédios, por exemplo, não tem escada de emergência como o Perpétuo, bem como as janelas teriam que ser adequadas, entre outras medidas necessárias de prevenção", afirmando que irá sugerir ainda, a realização de um curso para prevenção de incêndios nas Escolas.
Os vereadores também vão cobrar providências da AES Sul para que agilize o restabelecimento da energia elétrica no interior, mais constante por causa dos recentes temporais. Entre calmaria e polêmicas, a sessão da Câmara mostrou que muito trabalho e debates deverão ocorrer durante o ano no Legislativo gabrielense. As sessões seguem sendo realizadas às segundas e quintas, às 17h30.
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