Tragédia em Santa Maria: troca de acusações entre Estado e Município pouco justifica erros

Trocas de acusações e responsabilidades podem impedir punição dos verdadeiros responsáveis (foto divulgação)

Desde domingo (27), as explicações públicas para a maior tragédia da história do Rio Grande do Sul se resumem a um triste jogo de empurra-empurra e acusações entre o Estado e o Município de Santa Maria. A pressão de amigos e familiares das mais de 230 vítimas colaborou para que a Prefeitura e Bombeiros entrassem em rota de atrito, além da cobrança da comunidade gaúcha, que começa a ficar mais intensa.

O Governador Tarso Genro foi enfático ao dizer que a boate não poderia operar sem alvará e muito menos, sem condições de prover segurança a seus frequentadores. Por sua vez, o Prefeito César Schirmer apresentou documentos referentes à boate na coletiva de terça-feira, onde comprovaram que a Kiss estava com o alvará de prevenção e proteção contra incêndio vencido em agosto de 2012. Mas não respondeu a nenhuma pergunta dos repórteres.

Soma-se a isso, as afirmações de que a Prefeitura não seria responsável, por parte do Poder Público. A Polícia Civil por sua vez, através do Delegado Regional Marcelo Arigony, disse que vai exigir os documentos para investigar as responsabilidades. "Se preciso for, vamos cortar até na própria carne para responsabilizar quem permitiu o funcionamento desta casa que resultou nesta tragédia", afirmou, sendo direto.

O que ainda está sem resposta:

* Por que a boate seguiu aberta com o alvará vencido?

* Por que a Kiss foi autorizada a funcionar mesmo sem ter requisitos básicos de segurança?

* Por que as autoridades não mostram o plano de prevenção contra incêndios da casa, que embasou a autorização para o funcionamento?

* Por que os efeitos pirotécnicos eram rotina nas apresentações da banda e não foram coibidos?

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