Juarez Trindade
Colunista do blog
AÍ JÁ É DEMAIS!
A pluralidade de opiniões sempre foi a base de um sistema democrático. Penso extreme de qualquer dúvida essa afirmação. Mas essa pluralidade não significa ausência de critérios de escolha de quem opinará e de qual assunto será abordado. Foi o que me ocorreu, por ocasião da leitura de “O Imparcial”, de 24 de janeiro passado, vetusto (80 anos) jornal de São Gabriel, ao perceber a absoluta ausência de qualquer critério lógico que permitisse a presença de um arrazoado cometido pelo elemento chamado Delúbio Soares!, discorrendo sobre/contra os governos dos estados de São Paulo e de Minas Gerais, bem como contra o PSDB, “coincidentemente” o partido que governa esses entes federativos.
Não julgo necessário referir quem seja essa triste figura. Suas façanhas já são por demais conhecidas e a justiça maior do Brasil já o condenou, só não estando atrás das grades, ainda, pelos respeitáveis ritos que regem o sistema penal brasileiro.
Mas o que esse cara tem a dizer ao país? Atirar conceitos ao léu, sem qualquer base em números, exceto alusões a um crescimento da década passada em Pernambuco? Massacra os estados de São Paulo e Minas somente por que não são governados pelo seu partido, o PT, fazenda campanha eleitoral extemporânea de forma descarada! E os acusa de continuísmo, como se o seu governo não fosse sucessivamente reeleito, apesar da roubalheira, da corrupção e do ataque às instituições via mensalão, tão somente por causa de um assistencialismo anestesiante e de uma pesada propaganda? Mas quem é Delúbio? Com que autoridade um presidiário virtual vem querer formar opinião por aqui, sobre assuntos que não lhe competem e que nem dizem respeito diretamente ao povo local? E ainda lhe dão meia página de um vetusto jornal gabrielense, em nome de que? Ah!, mas então tragam o Marcola, o Fernandinho Beira-Mar, o juiz Lalau e outros “heróis” do imaginário brasileiro! Quem sabe nos dão aulas sobre as cadeias?, sobre as noites escuras do sistema carcerário, sobre os “vacilos” que fizeram com que perdessem a liberdade, sobre como destruir famílias inteiras com a venda de suas “mercadorias”, sobre como assaltar bancos em dez rápidas lições!
Estou censurando ou patrulhando opiniões? Ora, não existe liberdade absoluta! Podemos escrever uma obra 100% pornográfica, mas não podemos comercializá-la dentro de uma creche! A liberdade de escrita não significa, necessariamente, liberdade de uso! Os órgãos de imprensa, de qualquer plataforma, tem de saber até onde podem ir! E a falta de assunto ou de colunistas não autoriza o preenchimento de espaço com opiniões nitidamente deformadas e originadas em cérebros idem. Não, fiquei com o que se chama de “vergonha alheia”, enojado, tanto com o indesmentível teor da crônica quanto com seu autor, sem falar no veículo que a acolheu, pelo qual desde a infância aprendi a respeitar. Isso não é pluralidade coisa nenhuma; é apologia ao engodo, à esperteza, à farsa, aos fins justificando os meios, à amoralidade!
Sampaio Marques Luz, com certeza, não criou esse jornal pra isso. Sentiram o cutuco?
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1 comentários via Blogger
Concordo Juarez. Agora sugiro umas palavras sobre o Renan Calheiros. ele merece né!
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