Diariamente, traremos informações sobre o 4º Festival Internacional de Cinema da Fronteira, com exclusividade para os leitores do Caderno7. Aqui, você fica sabendo do que irá acontecer, com o apoio da assessoria do festival, com a gentileza do jornalista Calvin Furtado. Entre as notícias, os homenageados e as atrações culturais do evento.
Calvin Furtado
Especial / Caderno7
LUIZ ROSEMBERG FILHO É HOMENAGEADO NO FESTIVAL
O IV Festival Internacional de Cinema da Fronteira também presta homenagem a um dos mais conceituado, criativo, poético e ousado do cinema brasileiro. Luiz Rosemberg Filho terá o clássico “Crônica de um industrial” (1978) exibido às 20h de quinta-feira (22/11) no Centro Histórico Vila de Santa Thereza. Os espectadores do Festival poderão apreciar uma obra pouco conhecida para as novas gerações. Avesso aos interesses do capital e do poder econômico, o carioca Luiz Rosemberg é um crítico ferrenho do mercado do cinema de da televisão no Brasil. Para ele, cinema sem saber ou poesia se transforma em consumo barato. Visionário, o cineasta cobra dos novos realizadores produções ousadas e que fujam à lógica mercadológica.
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| Luiz Rosemberg Filho |
Filmografia - Dos longas-metragens, alguns tiveram problemas com a censura e também algumas produções não tiveram uma distribuição regular. Algumas de suas produções foram Crônicas de Um Industrial (1978), Assuntina das Américas (1975), Jardim das Espumas (1968), Américas do Sexo (1967), Balada da Pagina Três (1966), Imagens (1972), Um Filme Familiar (1979), Desobediência (1984), entre outras. Atualmente esta finalizando seu novo filme “Por que não misturar Oswald de Andrade com Lewis Carrol? Glauber Rocha com Walter Benjamin? Brecht com Godard?”.
CÉSAR CHARLONE TAMBÉM É HOMENAGEADO
Depois de prestar homenagem a um dos maiores teóricos do cinema brasileiro, Jean-Claude Bernardet, e a musa do cinema marginal, a atriz Helena Ignez, no ano passado, a quarta edição do Festival Internacional de Cinema da Fronteira terá como homenageado o renomado diretor César Charlone.
O cineasta é um dos poucos brasileiros a receberem uma indicação ao Oscar (Cidade de Deus – 2002) e possui uma carreira solidificada internacionalmente como diretor de fotografia. Charlone foi responsável por divulgar a nossa região ao mundo através do longa-metragem El Baño del Papa (2007) que escreveu, dirigiu e fotografou no município de Melo, Uruguai, e que concorreu no Festival de Cannes.
Em sua obra, Charlone valoriza e destaca a cultura latino-americana através da estética do pampa – sua gente, geografia e paisagens. Uruguaio radicado no Brasil, Charlone é um diretor que atravessa fronteiras e trás à tona questionamentos e perspectivas dos habitantes de municípios limítrofes. Com seu último trabalho, Artigas – La Redota (2011), o diretor conquistou o maior sucesso de bilheteria da história do cinema no Uruguai.
Biografia
Fotógrafo uruguaio radicado no Brasil desde 1970, Charlone estudou na Escola Superior de Cinema de São Luiz, em São Paulo. Sua primeira direção de fotografia foi para o longa-metragem Aqueles dois (1984), do diretor Sérgio Amon. Dirigiu a fotografia do longa-metragem Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles, que ganhou o prêmio de melhor fotografia no Festival de Havana e pela Associação Brasileira de Cinematografia e que lhe rendeu uma indicação ao Oscar. Fez a direção de fotografia de O jardineiro fiel (2005), primeiro filme internacional de Fernando Meirelles, selecionado para o Festival de Veneza de 2005. No ano seguinte, o cineasta foi convidado a integrar a Academia Brasileira de Artes Cênicas Cinematográficas.
Em 2007, lançou o longa O Banheiro do papa, que escreveu, fotografou e dirigiu. O filme ganhou os prêmios de melhor primeiro longa ibero-americano no 23º Festival de Guadalajara e melhor filme do júri da 31ª Mostra Internacional de Cinema São Paulo. No Festival de Gramado, ganhou na categoria longas estrangeiros o prêmio de excelência em linguagem técnica, o prêmio da crítica e o prêmio de melhor filme pelo júri popular, além dos prêmios de melhor ator (César Troncoso), melhor atriz (Virginia Méndez) e melhor roteiro (César Charlone e Enrique Fernandez).
O último trabalho de Charlone – o filme Artigas – La Redota (2011) – conquistou a maior bilheteria da história do cinema uruguaio. No Brasil, ganhou o prêmio de melhor filme estrangeiro pelo júri oficial, júri popular e júri da crítica no Festival de Gramado (2012), além dos kikitos de melhor ator e melhor diretor.
Filmografia
Direção
Artigas – La Redota (2011), de César Charlone. Prêmio de melhor filme estrangeiro pelo júri oficial, popular e Júri da Crítica, melhor diretor, melhor ator, no Festival de Gramado 2012.
O Banheiro do Papa (2007). Também escreveu roteiro e dirigiu. Prêmios de melhor primeiro longa ibero-americano no 23º Festival de Guadalajara. Prêmio de melhor filme do júri da 31ª Mostra Internacional de Cinema São Paulo. No Festival de Gramado, ganhou na categoria longas estrangeiros o prêmio de excelência em linguagem técnica, o prêmio da crítica e o prêmio de melhor filme pelo júri popular, além dos prêmios de melhor ator (César Troncoso), melhor atriz (Virginia Méndez) e melhor roteiro (Cesar Charlone e Enrique Fernandez).
Direção de Fotografia
Ensaio Sobre a Cegueira (Blindness/2008), de Fernando Meirelles. Selecionado para competição e abertura do Festival de Cannes 2008. Prêmio de melhor direção de fotografia, concedido pela Academia Brasileira de Cinema em 2009.
O jardineiro fiel (2005), de Fernando Meirelles. Selecionado para o Festival de Veneza de 2005.
Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles. Prêmio de melhor fotografia no Festival de Havana e pela Associação Brasileira de Cinematografia. Indicação ao Oscar de melhor fotografia.
Palace 2 (2001), de Fernando Meirelles e Kátia Lund. Curta-metragem.
Como nascem os anjos (1996), de Murilo Salles. Prêmio de fotografia no Festival de Gramado.
Doida demais (1989), de Sergio Rezende. Em parceria com Antonio Luiz.
Feliz ano velho (1986), de Roberto Gervitz. Prêmio de melhor fotografia no Festival de Gramado.
O homem da capa preta (1985), de Sérgio Rezende.
Aqueles dois (1984), de Sérgio Amon.
SARAU NOTURNO NO CEMITÉRIO DA SANTA CASA DE CARIDADE DE BAGÉ
Um dos diferenciais da programação do IV Festival Internacional de Cinema da Fronteira é a apresentação especial do espetáculo Sarau Noturno no cemitério da Santa Casa de Caridade de Bagé. O evento tenta relatar parte da história do município e de seu imaginário simbólico mesclando a análise da arte cemiterial com passagens de personagens da literatura romântica. A apresentação será a partir das 23h59min da quarta-feira (21/11).
O evento Sarau Noturno surge através do projeto “História através da Arte Cemiterial” onde os atores/pesquisadores desenvolveram uma pesquisa sistemática nos túmulos, jazidos e mausoléus do cemitério da Santa Casa de Caridade com a professora doutora e coordenadora do evento Clarisse Ismério. Conforme Clarisse, uma vez que a fundação da necrópole remeta ao ano de 1858, o tempo tratou de formar um acervo escultórico de grande riqueza e simbolismo.
“Tanto por seu valor artístico como por traduzir a mentalidade e história de uma época na qual a cidade era chamada de “Rainha da Fronteira”, o cemitério constitui-se como um grande “museu a céu aberto” e, através do seu acervo, podemos resgatar a história das famílias tradicionais, a mobilidade social e sua mentalidade, fruto da opulência econômica do município”, explica a coordenadora do Sarau Noturno.
E-mail: blogcadernosete@gmail.com















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