Marcel da COHAB
Colunista do blog
É sabido e repetido muitos vezes que é difícil agradar à todos. Bem menos complicado seria desagradar à todos. Nas últimas semanas a mídia virou uma overdose de Corinthians. Claro, só as coisas boas de Corinthians. Omitiu-se (de forma geral) o quebra-quebra em Alegrete, pouco se falou que o novo herói nacional chamado Émerson não é Émerson e sim Márcio (há alguns anos atrás ele fraudou seus documentos, trocou de nome e de idade, tinha 20 anos e jogava com atletas de 15 anos. Enfim, assim caminha a humanidade).
Muito se reclamou nas redes sociais sobre a presença do Corinthians em programa jornalístico, de culinária, novela, etc, até em programa esportivo. Alguns diziam pra gente trocar de canal, mas tal como um vírus a praga espalhou-se.
O interesse da televisão é na audiência, e seja ao preço que for. Qualidade vem em segundo plano, eles querem quantidade. As pessoas não suportam o Galvão, mas só se fala nele. O BBB é um fenômeno de rejeição e de audiência. O Corinthians idem. Todos viram o jogo, pra torcer contra, todos reclamavam da repercussão antes e depois. Não gostaram, mas viram. Isso que interessa para a mídia.
Programação ruim, gente chata e afins, rendem mais assunto do que qualidade. O povo gosta de falar mal, o povo gosta de bater boca com o Galvão, com o Bial, etc. Se a TV gostasse de qualidade, muita gente tava desempregada. E viva o trash!
A televisão conseguiu ter a audiência de todos, Corinthianos e Anti-Corinthians nessas semanas. Deve ter faturado uma quantia bilionária. E esse jogo não é feio e nem errado, ela apenas reflete o nosso comportamento social. É questão de orgulho agora definir-se louco, maloqueiro e etc... Como se a sanidade e o bem estar fossem defeitos. Inversão de valores pura. TV e sociedade é a cara de um, o focinho do outro.
Enquanto esse tipo de comportamento permanecer, seguiremos rindo de piadas as quais nós somos a chacota e não sabemos, continuamos consumindo coisas que nos fazem mal, (sabemos disso e seguimos consumindo) e continuamos a ter preguiça de pensar. Eles não querem que a gente pense, quem pensa torna-se pedra no sapato deles.
Somos todos do bando de loucos.
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