Josias Borges
Colunista do blog
Mercado de Ações parte VII – mercados eficientes?
Caro leitor, o assunto MERCADOS EFICIENTES merece nossa atenção e a compreensão detalhada sobre a que este assunto se refere exatamente. Desde o início do século passado, o mercado de ações vive um eterno dilema: é possível se antecipar às flutuações dos preços? A busca incessante por conseguir se antecipar aos movimentos dos preços, na medida em que é a chave para enormes ganhos financeiros, também é a maneira mais fácil de cometer equívocos pela maior parte dos investidores, tendo em vista que, até hoje, não se conseguiu identificar uma fórmula eficiente para antecipar-se aos movimentos de mercado.
Vamos nos aprofundar um pouco mais sobre este assunto. A teoria dos mercados racionais, ou mercados eficientes, sustenta a ideia que, quanto mais líquidos forem os mercados, mais justo será o preço, ou seja, quanto mais pessoas comprando e vendendo, menos margem haverá para discrepâncias entre os preços praticados pelo mercado e o que seria o preço justo de uma determinada ação. É bem verdade que o mercado financeiro sofreu muitas modificações no decorrer do século passado. A principal mudança talvez tenha sido a globalização. Atualmente, as corporações, instituições compostas por uma imensidão de acionistas, estão presentes em todo o mundo e as suas reservas de capital passeiam por ele na velocidade da luz. Fatores novos que podem sim mexer com os preços dos ativos mundo a fora. Os defensores da racionalidade dos mercados acreditam que o preço de um determinado ativo, uma ação, por exemplo, representa a soma de tudo aquilo que todas as pessoas sabem sobre aquela empresa, a expectativa de lucros futuros, etc. Sendo assim, o preço praticado a cada momento seria o chamado PREÇO JUSTO.
A ideia tem seguidores no mundo inteiro, seguidores que não aceitam outra visão, senão a de que os mercados são de fato eficientes. Porém, e sempre há um porém, há outros fatores que podem impactar no preço dos ativos. Vamos a um exemplo? Pois bem: vamos pegar o exemplo das ações preferenciais da Petrobrás. Destas ações, o BNDES participações possui quase 24%, 28% destas ações são negociadas no exterior, portanto sob a influência do investidor internacional, 14,7% são de posse dos investidores estrangeiros que compram através da Bovespa. Somente 30% dessas ações estão nas mãos de investidores locais, seja pessoa jurídica ou física. Apenas uma pequena parte está em mãos de outras instituições. Isto significa que a maior parte das ações preferenciais da Petrobrás estão sujeitas ao julgamento dos estrangeiros sobre o futuro do mercado. Perceba que o mundo europeu está em plena crise de liquidez, ou seja, falta dinheiro circulando no mercado.
Para cobrir estes “rombos”, as instituições, principalmente fundos e bancos, retiram seu capital investido nos países emergentes. Imagine que os detentores de cerca de uma grande parte das ações da Petrobrás necessitem se desfazer do investimento para cobrir outros compromissos. Isto vai, com certeza, mexer com o preço da ação. Desta forma, eu pergunto. Será que o preço destas ações da Petrobrás estão avaliadas pelo seu preço justo, ou será que a ação está sendo penalizada pela crise europeia? Assim sendo, podemos estar sofrendo com a fuga de capitais do país. Entretanto, esse fato pode trazer uma grande oportunidade, que é a oferta de excelentes empresas, lucrativas, sólidas, a um preço bem inferior ao de outros momentos. Caro leitor, não estou aqui recomendando a compra ou venda da ação A, B ou C. Vamos abordar o assunto novamente em novas oportunidades. Pense em tudo isso e BOAS ESCOLHAS.
IMPORTANTE: este artigo não é uma indicação de compra de nenhum ativo. Os exemplos foram utilizados foram escolhidos aleatoriamente.
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