Marcel da COHAB
Colunista do blog
São Gabriel é a minha cidade. É sua, a nossa. Escolhi São Gabriel para viver. Na verdade, meu pai escolheu, mas eu acho que herdei esse amor pela cidade que ele tinha. Sou natural de Santa Maria, o “coração do Rio Grande”, a “Cidade Universitária” e outras qualidades. Santa Maria é bela, atraente, interessante, mas, com todo respeito a ela, meu coração é gabrielense, tal como meu sangue.
Meu pai veio para cá em 1976, para ficar dois anos no estágio probatório do Poder Judiciário, acabou ficando todo o resto da vida dele. Bendito seja o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul que designou que um dos seus funcionários, recém contratado viesse para São Gabriel. Isso é sorte. Ou seria o destino.
Eu nasci em 1978 em Santa Maria, mas ainda bebê, com dias de vida, corri pra cá.
Aqui fizemos uma vida, amizades, histórias e aqui o meu pai foi sepultado. Da Edmundo Berchon na Vila Maria, rua de terra sob o barulho da criançada batendo bola, até a 1º de maio na Cohab, onde o mesmo barulho de criançada ecoava pela pracinha, fui criado e me formei como cidadão e como profissional. E por que não dizer, como gabrielense.
São Gabriel tem seus problemas de toda ordem, mas qual o amor que não tem crise de relacionamento, não tem defeitos? O que eu sei é que o coração aperta toda vez que eu deixo a cidade, seja pelos lados do Posto Paradouro, seja pelos lados da ponte do Vacacaí, na BR 290, da mesma forma que a alegria contagiante se manifesta quando passamos nestes mesmos lugares adentrando a cidade.
Já escrevi umas dez vezes sobre São Gabriel, e sempre as mesmas coisas. É por que o sentimento é o mesmo sempre.
Às vezes, as pessoas falam mal, vão embora e adotam o clichê de que “São Gabriel não muda nunca, sempre na mesma”, na verdade isso é um pouquinho de saudosismo da “mesmice” de São Gabriel. No fundo, todo mundo sente saudades de São Gabriel, quem vai embora, quem vai num pé e volta noutro, enfim. Não há como explicar um amor, a não ser amando. E que se dane se a moda é falar mal das coisas da gente. Amar não é modismo, é simplesmente amar.
“Terra dos Marechais”, “Atenas Riograndense”, minha cidade.
Tal qual nos dias de carnaval, quero apenas alegria neste aniversário da minha cidade, neste 4 de abril de 2012.
Por falar em carnaval, a Aquarela do Brasil, cantou certa vez, nos versos do Édi Ramos, uma obra prima sobre a nossa cidade, que tinha um trecho mais ou menos assim:
“Nascia um povoado assim
Sob os verdes dos campos sob o azul do céu
Com a Igreja do Bom Fim e a benção do Arcanjo Gabriel
Muitas batalhas travaram-se aqui
Suor e sangue tornaram homens imortais
Minha Terra dos Marechais eu não te esquecerei jamais
Terra de Alcides e Plácido, onde tombou Sepé
Um grito ainda ecoa no ar:
‘ogue coyve redo yra’”
São Gabriel, são cerca de 65 mil pessoas que te amam, cada qual a sua maneira, alguns amam te destratando, desdenhando, mas isso é da boca pra fora, isso também é uma forma de amar.
Parabéns São Gabriel, desculpe-me que, mais um ano eu repito as mesmas coisas dos anos anteriores, sem conseguir explicar o quanto é bom viver nesse solo. Parabéns a todo esse povo que teve a sorte de nascer aqui ou, da mesma forma que eu, o destino pegou a 290 e fez sentir a alegria contagiante ao passar na ponte do Vacacaí, para daqui nunca mais sair. E como diz o samba da Aquarela do Brasil: “Minha Terra dos Marechais eu não te esquecerei jamais!” Ninguém esquece.
Parabéns, nossa São Gabriel!
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