Marcel da COHAB
Colunista do blog
Era jogo decisivo e o time gaúcho precisava de um gol para ser campeão. Até que na metade final do segundo tempo, um jogador que habitava a meia cancha do time gaúcho, ídolo e símbolo daquela equipe sente uma lesão e pede para sair. Mas como? Ele sempre foi guerreiro, para ele achar que não dá mais é por que a coisa é séria. Então o treinador manda a campo um jogador contestado, vaiado, reprovado pela sua torcida.
Com o tempo se esgotando, o time gaúcho começa a cansar e a alçar bolas para o campo de ataque.
Num desses lançamentos em direção a área adversária a bola sobra para o jogador contestado que substituiu o ídolo: gooollll!!!! Incrível! O jogador vaiado, criticado que entrara no lugar do ídolo fizera o gol de um titulo histórico.
De quem estou falando? Provavelmente todos lembram de Adriano Gabiru e o jogo Inter e Barcelona, por ser o mais famoso e mais recente. Também é. Mas o gol do título brasileiro de 1996 do Grêmio também foi assim, contra a Portuguesa. Sai Dinho, o ídolo, o guerreiro e entra Ailton, contestado, vaiado, odiado...E faz o gol do título.
Contei essa história por que nesta semana me deparei com uma revista Placar antiga que falava de Ailton e também por que Gabiru volta ao Estado para vestir vermelho branco, só que do Guarany de Bagé.
Ailton hoje é auxiliar técnico e Gabiru, com 34 anos, jogou fora sua carreira. Teve “n” chances.
Dois jogadores com este episódio em comum, dois rivais com vários episódios em comum nesta rivalidade que é, talvez, a mais parelha do mundo.
Só não cometam a heresia, colegas colorados, de dizer que Gabiru é ídolo.
Só não cometam a heresia, amigos gremistas, de dizer que Ailton é ídolo.
Gabiru não está no patamar de Bodinho, Larry, Figueroa, Falcão, Fernandão, D’Alessandro.
Ailton não está no patamar de Lara, Everaldo, Pavilhão, Tarciso, De Leon e Renato.
São apenas dois personagens de duas histórias praticamente idênticas de dois clubes praticamente idênticos.
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