Marcel da COHAB
Colunista do blog
Assistindo, no telejornal SBT Brasil, a uma matéria que mostrava a violência entre crianças e adolescentes em escolas de diversos lugares do Brasil e que acabam caindo no youtube, lembrei de como resolvíamos, na minha época, os (pequenos) conflitos do cotidiano escolar.
Naquela época existiam desavenças. Como já escrevi anteriormente aqui, a gente sempre tirava onda com alguém (o que chamam de bullyng hoje – sei lá como se escreve isso), era na verdade brincadeiras de crianças em corpo e mente de crianças.
Entretanto, do banho de “bexiguinha” na pracinha do “Chiapettão” ao “te pego na saída” as coisas eram mais amenas, divertidas até. O que mais me chama atenção, é o linguajar da época, as respostas e argumentos para discussões que usávamos. Eis alguns:
“Se tu for macho me espera na esquina”. (ou no caso dos estudantes do Fernando Abbott, os conflito eram marcados para frente do antigo Mercado Público)
“Enganei o bobo na casca do ovo”.
“Cala boca já morreu quem manda na minha boca sou eu.”
“Quem manda melhor faz”.
“E daí? Sou eu ninguém tem nada que ver.”
“Tu não é minha mãe e meu pai pra me mandar calar a boca”.
“É a tua que é mais perua e que anda sem calça na rua”
“Essa eu já conhecia, se não fosse eu tu não nascia”.
“Aziras” (uma gíria para “azar”)
“Azeites” (idem)
“Tabufa” (uma espécie de arrastão no jogo de bolitas)
“Passa adiante, to isoles” (a gente era obrigado a andar com os dedos torcidos pra não ficar com a “bucha”)
“Isso não é resposta...(o resto é impublicável)”
“Tu gosta de amora? Vou dizer pra tua mãe que tu namora”
E assim íamos, em tempos que celular e internet eram inimagináveis, em que se resolvia as coisas de uma outra forma. Para mim foi o Fernando Abbott dos anos 90, mas poderia ser o Polivalente, Menna Barreto, de cada um de vocês que acompanharam essa coluna e puderam lembrar, cada qual sua escola, cada qual seu período de uma época inesquecível.
ESCLARECIMENTO – O meu amigo Marcelão foi sucinto e brilhante como sempre, na matéria feita sobre o lançamento do samba do Bloco Diretoria, postada na semana passada. Apenas quero fazer um pequeno acréscimo quando ele diz que retorno ao carnaval de São Gabriel: eu não estarei presente no carnaval de São Gabriel. Apenas fui contratado para fazer o samba do Bloco Diretoria, tarefa que desempenhei como sempre faço de forma responsável e profissional. Por mais que haja o convite daquela entidade (e de outras) para eu participar ativamente da organização e desfile, reiterei meu posicionamento de me manter afastado. A composição de samba é um lado profissional que tenho e que vou sempre manter enquanto Deus me der saúde e disposição para fazê-lo.
E-mail: blogcadernosete@gmail.com