
Marcel da COHAB
Colunista do blog
Está em pauta na nossa sociedade, mais uma vez, a prova do ENEM. O Brasil que quer organizar uma Copa e uma Olimpíada, mas não consegue organizar uma prova, mais uma vez atrapalha-se na realização do exame supracitado. Entretanto, não é só o ENEM que carece de uma melhor avaliação. Seguidas são as reclamações em cima das provas mal elaboradas dos concursos públicos que acarretam a anulação de questões e, em alguns casos, a anulação da prova.
E como ressarcir quem perdeu tempo e dinheiro se deslocando a uma outra cidade para prestar um concurso e depois fica sabendo que, por incompetência ou negligência alheia, essa prova está anulada e terá que fazer (e gastar) tudo novamente? Não há ressarcimento e o concursando que se dane.
O caso da prova de Oficial de Justiça realizada este ano e foi anulada é um exemplo disso. Quem passou fica prejudicado, pois a prova não valeu, e todos terão que gastar mais uma vez com locomoção até outras cidades para a aplicação de um prova que talvez, se você passar, seja chamado. Sim, caso você não saiba, ninguém é obrigado a chamar os aprovados, é apenas uma “mera expectativa” de vaga. É Brasil! Dano moral e material escancarado para aquele que perde dinheiro com locomoção e alimentação (sem falar em apostila ou cursinho), passa, se classifica e de repente... não valeu. A prova da OAB que todos nós formados em Direito após 5 anos de Faculdade, temos que prestar, teve denúncia de fraude também, e, curiosamente após essa denúncia, o valor da prova subiu de R$ 130,00 para R$ 200,00. Ressaltando que se trata de uma prova com 100 questões, um teste mais que psicológico, também físico, sendo que ao final você é aprovado para um segundo exame, num interminável decoreba que muito pouco condiz com o cotidiano jurídico.
Alguém pode dizer que, faz a prova quem quer, mas na verdade são essas provas que preenchem cargos públicos e capacitam os profissionais das mais diversas áreas que, de uma forma ou de outra, nos prestarão algum tipo de serviço. Faz-se necessário que a sociedade, e principalmente a mídia, debatam essas questões o quanto antes, na carona do episódio ENEM, pois é preciso que saibamos, ou que alertamos, que não é só o ENEM que tem problemas, mas o concursando brasileiro, passa por uma verdadeira maratona em busca da sua qualificação e aptidão, abrindo mão de horas de entretenimento, diversão e muitas vezes sacrificando até em determinados momentos a sua vida profissional.
É preciso seriedade para lidar com essas avaliações, pois como já dito antes, elas que preparam os profissionais do serviço público e profissionais liberais. Os responsáveis (ou irresponsáveis) pelos danos causados com anulações ou más elaborações devem ser punidos drasticamente e aí, entra aquela velha máxima popular, tem que fazer eles sentirem no bolso. Se educando não aprendem, que seja pelas vias judiciais, punitivas, antes que o processo seletivo caia no descrédito total.