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Sant'Ana do Livramento deverá receber seus primeiros free shops no lado brasileiro; um deles deverá investir R$ 20 milhões em loja na entrada da cidade (foto Marcelo Ribeiro/portal Caderno7) |
O comércio na fronteira entre Brasil e Uruguai deve passar por mudanças significativas nos próximos meses com a chegada de três novos free shops em Sant’Ana do Livramento, prevista para outubro. A informação é do Jornal A Plateia. A cidade gaúcha busca consolidar-se como alternativa competitiva a Rivera, no Uruguai, tradicionalmente reconhecida como destino para compras isentas de impostos.
O projeto inclui um investimento de R$ 20 milhões da empresa Brasil Free Shop, que irá instalar uma de suas unidades na Avenida João Goulart, em Livramento. A expectativa é de que os novos empreendimentos gerem cerca de 150 empregos diretos. Um dos estabelecimentos já anuncia a venda de aparelhos de ar condicionado, item de grande procura na região, sinalizando o início de uma concorrência direta com o comércio uruguaio.
Sant’Ana do Livramento já conta com presença no setor, como o free shop de vinhos da vinícola Almadén, e busca ampliar sua participação no mercado de compras livres de impostos. A prefeita Ana Tarouco destacou a importância do investimento como um passo para diversificar o perfil comercial do município e estimular o consumo local.
Do lado uruguaio, Rivera mantém um ecossistema consolidado de free shops com lojas como Neutral, Omega, Yury’s, Mantra e Siñeriz, que oferecem produtos variados, incluindo eletrônicos, eletrodomésticos, perfumes, bebidas e vestuário. A competitividade dos preços, viabilizada pela isenção fiscal, atrai milhares de brasileiros que cruzam a fronteira anualmente.
A legislação atual estabelece uma cota de isenção de até US$ 500 para compras realizadas por viajantes que ingressam no Brasil por via terrestre. Já para os que chegam por aeroportos e portos, a cota é de US$ 1.000. O deputado Frederico Antunes, presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Free Shops, informou que está em discussão no Congresso Nacional a equiparação entre as cotas terrestre e aérea/marítima, o que poderá impactar diretamente o fluxo de consumidores e fortalecer os empreendimentos do lado brasileiro.
O avanço brasileiro no setor é acompanhado com atenção pelos comerciantes uruguaios, que já expressaram preocupação com a possível perda de competitividade diante da nova configuração do comércio fronteiriço. A decisão sobre o aumento da cota terrestre pode ser decisiva para o futuro das atividades de free shops em toda a região.
Reportagem: Marcelo Ribeiro
Data: 15/07/2025 22h14
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