Tarso Francisco Pires Teixeira
Presidente do Sindicato Rural de São Gabriel
Vice Presidente da Farsul
Completou-se já mais de um mês do governo interino do presidente Michel Temer, mas em que pese o estilo fleumático e cerimonioso do novo Chefe do Executivo sugerir o contrário, a calmaria ainda não chegou. Envolvido pela sucessão de notícias quase policiais contendo delações premiadas, inquéritos e políticos processados, o noticiário deu baixíssima repercussão a uma notícia que representa o quanto ainda amargaremos prejuízos pelas opções dos governos Lula e Dilma no campo da economia. A Oi, gigante nacional da telefonia, ingressou com um pedido de recuperação judicial para sanar uma dívida formalmente declarada de R$ 64,5 bilhões, superando o recorde anterior de falência, que era do empresário Eike Batista e sua EGX, na ordem de R$ 24,8 bilhões e que era, até então, o maior volume de recuperação judicial de uma empresa da América Latina.
Pra produzir um fracasso desses, é preciso cometer erros com brutal persistência, e tudo isso começa com a guinada que o governo federal começou a dar, a partir de 2009, na condução da economia. Depois da quebradeira mundial de 2008, alguns petistas iluminados chegaram à conclusão de que “o capitalismo liberal havia acabado”, e por isso modificaram os marcos da política econômica, colocando, nas palavras do petismo, “o Estado como indutor do desenvolvimento”. A obsessão nacionalista do Planalto queria criar gigantes empresariais brasileiras, já que das 100 maiores marcas globais, nenhuma – NENHUMA – é do Brasil. E fizeram isso concedendo financiamentos com juros três vezes menores do que o custo, compra de ações e títulos através de fundos de pensão e até mudanças na legislação para beneficiá-las. O governo chamou essas operações de “Política dos Campeões Nacionais”, para estimular o crescimento de empresas que pudessem ser campeãs no seu setor. As três empresas-símbolo dessa estratégia foram justamente a Oi, a EGX e a JBS. Duas delas faliram, e a que sobreviveu, anuncia que está abrindo seu capital para estabelecer sua sede na Europa. Isso sem falar que a Oi, resultado da fusão da Telemar com a Brasil Telecom, teve ainda empréstimos camaradas do BNDES para adquirir a Gamecorp, empresa do filho do então presidente Lula, captando, só pra essa operação, R$ 1,8 bilhão do erário público.
Só para ilustrar, a maioria dos contratos do Plano Safra 2016/2017 apresenta juros de 12,75%, acima até da taxa Selic. E o investimento no agronegócio é melhor negócio para o governo do que para o produtor, já que, enquanto a média de inadimplência de todos os contratos do Banco do Brasil é de 2,5%, na carteira de crédito rural é de apenas 0,6%. Enquanto isso, Eike Batista fez um negócio camarada com a Caixa Federal para saldar suas dívidas em 40 anos.
O modelo econômico dos governos petistas, em que o Estado atuava como empresário e sócio, revelou-se um desastre, e, provavelmente, mais um caso de polícia. Se o Estado, através de suas instituições financeiras, fomentar a atividade produtiva através das leis do mercado, já seria suficiente. No entanto, no Brasil nosso de cada dia, o óbvio nunca é tão óbvio quanto deveria ser.
Agora que a Oi está dizendo Tchau, tomara que o país aprenda a dizer “Oi” ao bom-senso econômico.
Presidente do Sindicato Rural de São Gabriel
Vice Presidente da Farsul
Completou-se já mais de um mês do governo interino do presidente Michel Temer, mas em que pese o estilo fleumático e cerimonioso do novo Chefe do Executivo sugerir o contrário, a calmaria ainda não chegou. Envolvido pela sucessão de notícias quase policiais contendo delações premiadas, inquéritos e políticos processados, o noticiário deu baixíssima repercussão a uma notícia que representa o quanto ainda amargaremos prejuízos pelas opções dos governos Lula e Dilma no campo da economia. A Oi, gigante nacional da telefonia, ingressou com um pedido de recuperação judicial para sanar uma dívida formalmente declarada de R$ 64,5 bilhões, superando o recorde anterior de falência, que era do empresário Eike Batista e sua EGX, na ordem de R$ 24,8 bilhões e que era, até então, o maior volume de recuperação judicial de uma empresa da América Latina.
Pra produzir um fracasso desses, é preciso cometer erros com brutal persistência, e tudo isso começa com a guinada que o governo federal começou a dar, a partir de 2009, na condução da economia. Depois da quebradeira mundial de 2008, alguns petistas iluminados chegaram à conclusão de que “o capitalismo liberal havia acabado”, e por isso modificaram os marcos da política econômica, colocando, nas palavras do petismo, “o Estado como indutor do desenvolvimento”. A obsessão nacionalista do Planalto queria criar gigantes empresariais brasileiras, já que das 100 maiores marcas globais, nenhuma – NENHUMA – é do Brasil. E fizeram isso concedendo financiamentos com juros três vezes menores do que o custo, compra de ações e títulos através de fundos de pensão e até mudanças na legislação para beneficiá-las. O governo chamou essas operações de “Política dos Campeões Nacionais”, para estimular o crescimento de empresas que pudessem ser campeãs no seu setor. As três empresas-símbolo dessa estratégia foram justamente a Oi, a EGX e a JBS. Duas delas faliram, e a que sobreviveu, anuncia que está abrindo seu capital para estabelecer sua sede na Europa. Isso sem falar que a Oi, resultado da fusão da Telemar com a Brasil Telecom, teve ainda empréstimos camaradas do BNDES para adquirir a Gamecorp, empresa do filho do então presidente Lula, captando, só pra essa operação, R$ 1,8 bilhão do erário público.
Só para ilustrar, a maioria dos contratos do Plano Safra 2016/2017 apresenta juros de 12,75%, acima até da taxa Selic. E o investimento no agronegócio é melhor negócio para o governo do que para o produtor, já que, enquanto a média de inadimplência de todos os contratos do Banco do Brasil é de 2,5%, na carteira de crédito rural é de apenas 0,6%. Enquanto isso, Eike Batista fez um negócio camarada com a Caixa Federal para saldar suas dívidas em 40 anos.
O modelo econômico dos governos petistas, em que o Estado atuava como empresário e sócio, revelou-se um desastre, e, provavelmente, mais um caso de polícia. Se o Estado, através de suas instituições financeiras, fomentar a atividade produtiva através das leis do mercado, já seria suficiente. No entanto, no Brasil nosso de cada dia, o óbvio nunca é tão óbvio quanto deveria ser.
Agora que a Oi está dizendo Tchau, tomara que o país aprenda a dizer “Oi” ao bom-senso econômico.
Data: 23/06/2016 11h13
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