Tarso Francisco Pires Teixeira
Presidente do Sindicato Rural de São Gabriel
Vice Presidente da Farsul
Com a velocidade dos acontecimentos dos últimos dias em âmbito nacional, fica difícil até mesmo esboçar uma análise mais duradoura. A temperatura política da indignação popular com a corrupção desenfreada invadiu as ruas de capitais e até de cidades do interior em todo o Brasil, causando um choque de realidade no governo federal, até então encastelado na sua ilha da fantasia. Mesmo com toda a gritaria e até pronunciamentos da presidente da República criticando a condução coercitiva do ex-presidente Lula para prestar depoimento na Polícia Federal – confundindo as atribuições de Chefe de Estado e Chefe de Partido – o povo deu uma manifestação robusta de apoio integral ao juiz Sérgio Moro e às investigações da Operação Lava Jato. Em manifestações pacíficas e apartidárias, onde até líderes da oposição foram vaiados, o povo deixou um recado claro: está cansado da impunidade, e quer que todos, corruptos e corruptores, por mais poderosos e influentes que sejam, paguem por seus erros. Além disso,foi uma manifestação de quem, majoritariamente, acredita haver motivos suficientes para o impedimento constitucional da presidente da República.
A iminência de um eventual deferimento do pedido de prisão do ex-presidente Lula, feito pelo Ministério Público e cujo julgamento paira agora nas mãos do mesmo juiz Sérgio Moro, precipitou, no final das contas, o “golpe” no Governo Dilma. Mas ao contrário do que diziam os seus defensores, a cartada final não foi dada pela oposição nem pelo Congresso, mas sim pelos próprios petistas, que agora, convencem a presidente ao gesto tresloucado de convidar Lula, Il capo di tutti capi, para ser ministro, com o único propósito de gozar do foro privilegiado que protegerá a ele e sua família. Na prática, é esse gesto, mais que qualquer outro, que sacramenta um “golpe” na presidenta, que a partir de agora, deixa de ser, de fato, a Chefe do Governo. As notícias veiculadas a respeito já demonstram isso cabalmente, uma vez que o mais novo “ministeriável” da praça já disse que a mudança da política econômica é uma das suas “condições” para aceitar o cargo. Que voz ativa terá, agora, a presidente, diante de um ministro que não poderá demitir?
Se Lula vai ser ministro ou se será preso antes, isso não muda o fato fundamental: O de que foram Lula e o PT, e não os movimentos de rua, quem decretaram o fim premeditado do governo Dilma. E enquanto isso, o IBC-Br, Índice de Atividade Econômica do Banco Central, uma espécie de prévia do PIB, registrou em janeiro uma queda de 0,61% sobre dezembro – simplesmente a 11ª variação negativa consecutiva do indicador. A economia em queda livre, só melhora quando as investigações da Lava Jato avançam na direção dos culpados. O governo não tem como resolver a crise, porque ele é a própria crise. E, soterrado por ela, um país tenta respirar.
O jogo acabou, Dilma. Até o PT já lhe descartou. Seria mais digno ir pra casa.
Presidente do Sindicato Rural de São Gabriel
Vice Presidente da Farsul
Com a velocidade dos acontecimentos dos últimos dias em âmbito nacional, fica difícil até mesmo esboçar uma análise mais duradoura. A temperatura política da indignação popular com a corrupção desenfreada invadiu as ruas de capitais e até de cidades do interior em todo o Brasil, causando um choque de realidade no governo federal, até então encastelado na sua ilha da fantasia. Mesmo com toda a gritaria e até pronunciamentos da presidente da República criticando a condução coercitiva do ex-presidente Lula para prestar depoimento na Polícia Federal – confundindo as atribuições de Chefe de Estado e Chefe de Partido – o povo deu uma manifestação robusta de apoio integral ao juiz Sérgio Moro e às investigações da Operação Lava Jato. Em manifestações pacíficas e apartidárias, onde até líderes da oposição foram vaiados, o povo deixou um recado claro: está cansado da impunidade, e quer que todos, corruptos e corruptores, por mais poderosos e influentes que sejam, paguem por seus erros. Além disso,foi uma manifestação de quem, majoritariamente, acredita haver motivos suficientes para o impedimento constitucional da presidente da República.
A iminência de um eventual deferimento do pedido de prisão do ex-presidente Lula, feito pelo Ministério Público e cujo julgamento paira agora nas mãos do mesmo juiz Sérgio Moro, precipitou, no final das contas, o “golpe” no Governo Dilma. Mas ao contrário do que diziam os seus defensores, a cartada final não foi dada pela oposição nem pelo Congresso, mas sim pelos próprios petistas, que agora, convencem a presidente ao gesto tresloucado de convidar Lula, Il capo di tutti capi, para ser ministro, com o único propósito de gozar do foro privilegiado que protegerá a ele e sua família. Na prática, é esse gesto, mais que qualquer outro, que sacramenta um “golpe” na presidenta, que a partir de agora, deixa de ser, de fato, a Chefe do Governo. As notícias veiculadas a respeito já demonstram isso cabalmente, uma vez que o mais novo “ministeriável” da praça já disse que a mudança da política econômica é uma das suas “condições” para aceitar o cargo. Que voz ativa terá, agora, a presidente, diante de um ministro que não poderá demitir?
Se Lula vai ser ministro ou se será preso antes, isso não muda o fato fundamental: O de que foram Lula e o PT, e não os movimentos de rua, quem decretaram o fim premeditado do governo Dilma. E enquanto isso, o IBC-Br, Índice de Atividade Econômica do Banco Central, uma espécie de prévia do PIB, registrou em janeiro uma queda de 0,61% sobre dezembro – simplesmente a 11ª variação negativa consecutiva do indicador. A economia em queda livre, só melhora quando as investigações da Lava Jato avançam na direção dos culpados. O governo não tem como resolver a crise, porque ele é a própria crise. E, soterrado por ela, um país tenta respirar.
O jogo acabou, Dilma. Até o PT já lhe descartou. Seria mais digno ir pra casa.
Data: 16/03/2016 10h42
Contato: (55) 3232-3766 / 96045197
E-mail: blogcadernosete@gmail.com
jornalismo@caderno7.com