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29 janeiro 2016

Coluna do Alexandre Cruz

Alexandre Cruz
Colunista do blog

Um olhar sobre Europa
Neste momento não lembro quem disse que o analfabeto do século XXI seria, não aquele que não soubesse ler, nem escrever e sim não soubesse decifrar o significado de imagens. Dito isso, retomando o impacto como se recebeu a última vinheta polêmica de Charlie Hebbo se diria que os analfabetos não somente estão por todas as partes e sim que não temem o mínimo de realizar gala de sua ignorância e multiplicam os insultos. Como muitos leitores sabem, a vinheta, violentíssima, representa em uma margem o pequeno Aylan, morto, enquanto o corpo central para os acontecimentos da virada do ano em Colônia produziram centenas de agressões e atos de vandalismo. Infelizmente, muito deles protagonizados pelos refugiados. A legenda pergunta: “Que teria ocorrido se o pequeno Aylan tivesse se tornado adulto?”. E a resposta: “Violador de mulheres na Alemanha”.



Diante disso, a leitura que foi feita por uma vasta multidão parece compreender que Laurent Sourisseau, Riss, que assina a vinheta e atua como responsável da revista, vaticina que a criança morta na costa turca depois de fugir do espanto da guerra síria com seus familiares e outros centos de pessoas a bordo de um barco que chegaram ou afundaram em seu caminho para Europa, teria se transformado em um de muitos violadores da noite alemã (mais de 500 denúncias de agressões sexuais) e por tanto, de alguma forma, se comemora a morte, pois com ela, economiza um delinquente a menos em potencial. Uma leitura tão boba da vinheta e muitas tiradas como essa: “e quando vamos a seguir considerando a charge como mero humor?” “Pode alguém utilizar a palavra humor para qualquer obra de um chargista?” De verdade, alguém acredita que o chargista Riss tratou de fazer uma piada? Sequer mereceria ser rebatida, mas é que foi imposto não somente graças a milhares e milhares de tuits que repreenderam Charlie Hebdo acusando de racista, de não ter sentimentos, de debochar de algo tão trágico como a morte de uma criança de três anos que fugia de uma guerra, e sim também em muita informação da redação sobre a polêmica nos meios de comunicação profissionais: se vê que o analfabetismo visual não conhece fronteiras.

Parece evidente e alcance do entendimento de qualquer que a vinheta pretende – mas, ao parecer com a suficiente escuridade intelectual como para que não se compreenda: se diria que já nem o óbvio está ao alcance dos analfabetos – é denunciar o racismo da Europa; dois pesos, duas medidas, seu sentimentalismo trágico tão disposto a transformar em justiceiro e violento racismo a menor oportunidade que tenha. O sentimentalismo tem o ponto débil dessa capacidade para acolher a generalização e renunciar a qualquer racionalidade para apoiar suas lágrimas abundantes ou seus abundantes gritos, dependendo do fato ocasional que ponha em ação. Parece claro, quem fala da vinheta não é outra que essa Europa. A mesma Europa comovida pela morte de uma criança captada em uma imagem insuportável, a mesma que levantou a voz unânime e impaciente com um “há que fazer algo já”, é a mesma que, também de forma impaciente, clama e reclama por deixar passar tanto refugiados sem severos controles de qualidade tenha proporcionado o episódio lamentável de Colônia e outras cidades? Sim, essa é a mesma Europa, a julgar pelo choro como a gritaria produzidos por uns e outros fatos, é que se formula a pergunta e responde.

Em ambos, o mesmo flanco débil: a facilidade com que se acolhe a generalização a partir de um caso particular, como não fosse razoável pensar que não porque um menino morra em uma praia quando estava a ponto de alcançar o sonho de Europa, todos e cada um que aspiram a refugiar-se são inocentes como ele – não, não nos representam – e como não fosse razoável pensar que não porque vinte, trinta ou cinquenta estupradores em potencial armaram que armaram em Colônia na virada do ano, ou seja, todos que entraram na Alemanha são tão indesejáveis como eles – não, não nos representam.
O que a vinheta vem a dizer que os bárbaros entraram na Europa, sim, mas não são os refugiados sírios e sim são todos que vivem do pensamento branco e negro, que não entendem de detalhes em nada e que aproveitam a morte de uma criança na praia para acusar que Europa é criminosa e desumana e aproveitam a embriaguez de uns tarados para acusar que Europa é fraca e patética. Tão boa é a charge que utiliza o mesmo mecanismo que utilizaram todos aqueles que fazem demagogia.


A charge de Riss tem o mérito de pôr um espelho diante da mirada europeia e o defeito, que talvez tenha superestimado a capacidade de esse olhar para entender que sai refleitdo nela. A leitura analfabeta da imagem de Charlie Hebdo nem sequer parece ter se dado conta que o chargista não debocha da criança Aylan e sim da Europa, da patética incapacidade para compreender que eles, os refugiados, os que fogem, não podem ser um corpo unânime e por tanto, não podem ser olhado com um olhar inocente como o pequeno Aylan, nem um olhar criminal como os protagonistas da noite em Colônia. Repito, Riss não está debochando do pequeno Aylan e sim está debochando como Europa perdeu o músculo daquela ferramenta que tanto usou para se construir: a razão! E como essa perda leva por perigosos caminhos onde a razão fica abolida: os caminhos da demagogia encanta de fazer gala de sentimentalismo barato e do racismo.




Data: 29/01/2016 09h37 
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