Alexandre Cruz
Colunista do blog
Estamos num pântano
Grande parte da frustração que sente a sociedade brasileira procede da sensação que está presa no mesmo lugar. Mesmo que digam as notícias oficiais, não nos movemos passos maiores. Em temas fundamentais, giramos e giramos sempre no mesmo ponto. Um dos casos chamativos é a irresponsabilidade da oposição que compromete todos os avanços sociais dos últimos anos dos governos FHC (PSDB) e Lula (PT). Tanto esforço, tanto sacrifício para finalmente chegarmos a grandes retrocessos democráticos e sociais. Tudo sendo destruído por atitudes infantis. E uma direita que se diz moralista, que faz aliança com quem explora a coisa pública para ter beneficio que são o caso das empreiteiras.
Desde a redemocratização, as empreiteiras têm seus contratos e financiam o sistema político. Não é por acaso, no momento mais propício que era a entrada das empreiteiras estrangeiras no Brasil, para dar um salto na produtividade e sair desse ciclo vicioso, a presidenta Dilma Rousseff (PT) tomou uma medida em que os diretores e não as empresas deveriam ser punidas no combate a corrupção. Caso fosse aprovada uma lei de punir empresas corruptoras não teriam mais contrato com o Estado brasileiro. Seria um grande avanço nesse jogo desigual contra a corrupção. Onde o capital financeiro faz de refém o Estado brasileiro. Só que a medida atual não afronta, não elimina empreiteiras corruptoras se deve a lógica que houve muito dinheiro na campanha para os dois candidatos. Financiaram tanto a campanha de Rousseff (PT) como de Aécio Neves (PSDB). Temos que ser claro: foi muito dinheiro para os dois.
Nesse momento de crise, com empresários na prisão, políticos presos, uma crise econômica que já entre nós, não existe um esboço de projeto nacional, estrutural, educativo, segurança e federativo ou uma transformação econômica que proteja os mais débeis, na cadeia social, em pagar uma fatura. Não há nenhuma nova linha. Não se vê uma bússola. Ou uma direção racional. Só dependemos de salva vidas da agricultura e da reação das indústrias. Eleição após eleição, ficamos preocupados a quem eleger e teríamos que repensar para que queremos eleger os que estamos querendo que sejam eleitos. Será que nas próximas eleições como em 2016 e depois 2018 faremos algo diferente?