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31 julho 2015

A estreia de Alexandre Cruz

A partir desta sexta-feira, o Caderno7 recebe um novo colunista. O jornalista Alexandre Cruz passará a escrever todas as sextas sobre política e vários assuntos da atualidade. Cruz, formado em jornalismo pela Unisinos no ano de 1995, morou seis anos na Espanha e escreveu em vários sites, como o Sul21, sendo correspondente internacional do mesmo. Entrevistou várias personalidades políticas como Tarso Genro, Marcos Rolim e magistrados como João Batista Saraiva e o presidente da AJURIS. Tem um blog pessoal também. Atendendo o convite do Caderno7, o colega vem para somar ao blog mais lido do Sul do Mundo. Confira a primeira coluna de Alexandre Cruz:

Valores de esquerda em crise

Alexandre CruzAlexandre CruzColunista do blog

O Brasil é um país fervorosamente religioso, o que mais católicos tem no mundo e um crescimento impressionante dos evangélicos.  Mesmo assim não é um país decente. Não é um país digno. As razões por não ser um país decente decorrem dos preconceitos que existem muito forte na nossa sociedade.   Que seja uma pessoa boa. Sou católico e de esquerda. Acredito na liberdade, na fraternidade, na igualdade e na generosidade.  A esquerda perdeu seus referenciais. não possui e nem exerce estes valores. Uma parte importante da cidadania e gente dentro do partido não sabe o que é ser de esquerda.


Fácil é ser de direita. Ser de esquerda não é nada fácil porque precisa ser coerente com  que pensa, adaptar a muitas realidades quando tu já tens um trajeto. Ter a mente aberta.  Identificar que a grande vitória do poder tradicional conservador  é passar uma realidade de consequência natural  para uma convivência neutra e espontânea, quando na verdade todo o momento histórico foi condicionado e dirigido desde o poder.

De acordo com esse modelo tradicional, as pessoas mais capacitadas são as que chegaram à posição de poder por suas condições e méritos. E os que ficaram para trás, não foi por injustiça ou pela desigualdade que impede o seu progresso e sim por conveniência e por sua eleição ou escolhas. Em outras palavras, não te esforçou o suficiente. Na realidade, se trata uma espécie de darwinismo social e político para que seja eleito e beneficiado quem previamente já decidiu.  Por exemplo: a família é considerada como uma unidade de convivência social e o seu objetivo é a convivência com a sociedade de acordo com os valores e referências que nos deram. Assim, a família deve proteger-se de possíveis interferências que não sejam naturalmente adquiridas.  E diante da posição conservadora de poder não vale qualquer modelo familiar e sim aquela que permita a integração na realidade existente.  Ou seja, o modelo tradicional. Ademais a educação familiar deve ocorrer sobre modelos de identidades adequados onde o pai deve exercer a figura de autoridade e controle e a mãe deve cumprir o papel de transmitir carinho e afeto, cuidado, obediência e entrega. Como se permite observar, essa aparente liberdade de convivência, se vê logo reduzida a determinadas formas de convivência. Poderão existir outros modelos, mas sofrerão crítica e rejeição.

Outro exemplo é a economia do país que baseia que determinadas pessoas com recursos invistam nas empresas e gerem riquezas para a sociedade. Quem não tem capacidade e poder de decisão deve agradecer às iniciativas que possibilitam  postos de trabalho para sobreviver.  Na teoria de que todo mundo é livre para iniciar um negócio com créditos próprios, porém a mão invisível do mercado é o que decidirá qual desses negócios merecerá que continue e qual deve fechar e pagar o preço da ousadia.

Assim, o grande êxito do modelo do poder conservador não é a sua rigidez e imposição e sim a sua aparente flexibilidade e liberdade.  Mesmo que um empreendedor supere toda a corrida de obstáculos e dificuldades que existem, rompendo o círculo de poder, na realidade o contrário, o modelo tradicional dominante é que se reforça com a incorporação do novo elemento.

Por isso que não se deve surpreender que ocorre. A realidade é clara: desigualdade social, desempregos, precariedade laboral, retrocesso nos direitos dos trabalhadores, violência de gênero, menos apoios para os mais necessitados, orçamento menor para cultura e ciência... E quem se beneficia? Os ricos mais ricos, os homens mais machos, a direita mais conservadora e a religião nesse país onde valores, ideias e crenças conservadores estão sendo recompensadas, arraigadas e estendidas.  O sofrimento que gera toda a injustiça  só pode ser suportado debaixo de um argumento moral que tranquilize as consciências e justifique a passividade. Para o poder conservador tradicional o problema não é a pobreza e sim os pobres; o problema não é o trabalho e sim os trabalhadores e trabalhadoras; o problema não é a violência de gênero e sim as mulheres.... Se todos assumissem a sua condição, não haveria problemas.

Para esses grupos, a visão tradicional é de que se chegaram onde podem estar, qualquer pessoa pode conseguir, desde que se esforce e sacrifique o suficiente. Já se está numa posição desfavorecida é sua própria responsabilidade ou irresponsabilidade porque não fez o suficiente para superar a circunstância. A jogada é perfeita, pois mantém a desigualdade, a dependência e a submissão de quem necessita gestos para sobreviver.  A superioridade moral  tem um dobro de altruísmo: por um lado, dá a quem necessita e por outro lado, atua sobre quem não merece. O modelo injusto do poder necessita espaços para redimir e continuar sendo injusto através de redenção e penitência. Por isso não surpreende que quem recorre as ideias e a crença para falar do necessitado e do próximo e neguem a política e ações para acabar com a injustiça social.

O poder precisa da desigualdade,  desde o ponto de vista material para poder abusar de quem está em posição inferior e necessita de esmola da compaixão e até a beneficência para se redimir moralmente e continuar com exercício de abuso e injustiça.

É por isso que é importante falar da esquerda, pois foi ela que historicamente apresentou esse desafio e pelo necessário envolvimento e participação direta na sociedade num modelo de convivência alternativo e a única que pode alcançar os términos da justiça e igualdade. Para iniciarmos de verdade com profundas transformações na sociedade é preciso de mudanças que dias como 23 de abril seja o dia do livro e não de São Jorge. Que se busque uma sociedade do conhecimento e não uma sociedade religiosa. Que se busque um país decente livre de preconceitos e sem  dogmas religiosos. A religião deve ficar no seu espaço que são os cultos, templos e não se imiscuir nos temas do Estado laico. Por fim, ser laico não é ser anticlero.
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