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| Cansado de esperar por atendimento, Guido pediu alta da Santa Casa na sexta. Provedor Dotto disse que todo o atendimento foi dado ao paciente (fotos montagem C7) |
Na noite de sexta-feira (25), a reportagem do Caderno7 foi chamada até a Santa Casa de Caridade pelo leitor Douglas Nunes, que relatou o problema vivenciado pelo seu pai, Guido Goularte. Ele estava internado na Santa Casa em virtude de uma fratura no pé esquerdo e que precisaria de cirurgia. Após três dias de espera, por providências que o médico não teria tomado, ele resolveu sair do hospital por conta própria, para fazer o tratamento em Santa Maria por conta própria. Só que a questão teve até a solicitação da presença da Polícia para ele sair do hospital. A Provedoria da Santa Casa se manifestou sobre o caso, afirmando que a questão foi entre o paciente e o médico, e que fez de tudo para dar atendimento a ele.
A reclamação do paciente
Guido deu entrada na Santa Casa no domingo, com fratura no calcanhar. Ele foi atendido pelo médico Pedro Henrique, que o examinou e recomendou a cirurgia no pé. Como a instituição está com o tomógrafo estragado e aguardando conserto, ele foi encaminhado à Rosário do Sul para exames. A partir disso, começaram os problemas, conta. "Na segunda pela manhã, foi prescrito um eletrocardiograma e a tomografia. O médico se comprometeu a aparecer e não veio, e foi assim durante três dias seguidos", relatou. Ele informou que o médico teria se comprometido a fazer a inclusão na lista de espera para ser operado pelo SUS, o que só teria acontecido na quinta-feira. "Era para acontecer na terça, mas ele só foi fazer isso na quinta-feira à noite, depois de muita pressão", afirmou.
O paciente se queixou que houve um desencontro de informações. "Disseram que eu ia ser encaminhado para Rio Grande, Alegrete ou Santa Maria. Pedi alta para que eu procurasse atendimento particular, mas eles (direção da Santa Casa) disseram que ia resolver. Mas meu nome não apareceu em nenhuma das listas de encaminhamento, e tem três pacientes com o mesmo problema que eu", comentou. Guido ainda disse que o Secretário da Saúde, Daniel Ferrony, o procurou e disse que ia resolver com a Santa Casa. Ele ainda afirmou que uma reunião do Provedor Luis Carlos com os médicos foi marcada mas não se efetivou.
Diante do impasse, Guido pediu a alta hospitalar, assinando um termo de responsabilidade. Ao falar com o médico responsável, que alegou ter feito tudo o que podia, ele discordou e acusou o profissional de negligência. "Quando eu disse que ele foi negligente, ele se negou a me dar alta, que só liberava chamando a polícia. E chamei a Brigada aqui, que foi o que aconteceu", finalizou. Ele saiu da Santa Casa por volta das 20h30 de sexta-feira, levado pela esposa e o filho.
O que diz a Santa Casa?
Nesta segunda-feira (28), foi a vez de ouvir a Santa Casa, por meio do Provedor Luiz Carlos Dotto. Ele afirmou que a instituição deu toda a atenção possível, dentro das limitações geradas pela falta do aparelho e que o reparo já tinha sido solicitado há dias. "Foi um desentendimento do paciente com o médico, mas por parte da Santa Casa, demos todo o suporte à ele", asseverou. Dotto disse que os procedimentos estão sendo realizados em Rosário porque o arco cirúrgico está estragado, assim como o tomógrafo.
Durante a entrevista, Dotto disse que todos os procedimentos foram tomados e a devida atenção dada ao paciente. "Ele está cadastrado na Central de Leitos, só não conseguimos transferi-lo por causa que não havia vaga no dia, em Rio Grande, Alegrete e Santa Maria. Enquanto isso, procuraríamos uma solução para o caso dele, aí aconteceu este desentendimento com eles", dizendo ainda que por conta deste e de outros casos de pacientes, a Santa Casa solicitou urgência à Siemens (fabricante do arco cirúrgico) para que providencie a entrega do mesmo. "Temos um outro aparelho, mas que não pode ser usado por que a empresa não o entregou, com a vinda do técnico para ajustes e treinamento de pessoal, e providenciamos o reparo do tomógrafo para voltar a operar normalmente", explicou.
O Provedor ainda disse que haveria a reunião, mas o Diretor Técnico não pode comparecer, e pediu ao médico que explicasse a situação ao paciente e desse liberdade para que tomasse a melhor decisão. "Friso, fizemos de tudo para que ele pudesse ser bem atendido, e há outras pessoas na mesma situação. Mas estamos tranquilos", finalizou o Provedor, que estava junto com o Procurador Jurídico, Marcos Góes.
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